quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Para que serve um Kindle de R$ 1.149?

Novo Kindle Oasis (2019) vem com ajuste de temperatura de cor na tela. Foto: Divulgação


A Amazon começou a vender na última quarta-feira (31) uma nova versão do seu leitor de livros digitais. Trata-se do novo Kindle Oasis, modelo mais caro da categoria, que chega com uma nova tecnologia de tinta eletrônica e ajuste de temperatura de cor na tela.

O modelo que chegou na última quarta no site da Amazon chega com o mesmo preço da geração anterior, lançada há dois anos: R$ 1.149. Por este preço, o usuário leva para casa um Kindle com tela maior, design mais ergonômico, botões físicos de mudança de página, luz embutida e proteção contra água.

Fora isso, é um Kindle aparentemente "normal": sua memória interna é capaz de guardar até 32 gigabytes, o que equivale a alguns milhares de livros digitais que podem ser comprados pelo próprio dispositivo, conectado pela internet ao site da Amazon. Um típico e-reader.

No Brasil, a Amazon vende ainda outras duas versões mais baratas: o Kindle "normal", que custa R$ 349 e não possui proteção contra água, além de contar com uma tela de menor resolução; e o Kindle Paperwhite, de R$ 499, que só se diferencia do Oasis por não ter botões físicos para virar as páginas do ebook.

Pelo preço mais alto do Kindle Oasis, R$ 1.299, é possível comprar um smartphone intermediário no Brasil. Um que, além de reproduzir livros digitais, também roda os principais aplicativos do momento, redes sociais, jogos, vídeos e ainda faz chamadas telefônicas.

Quem não usa ou não está acostumado a leitores digitais de livros pode se perguntar: para que serve um Kindle nesta faixa de preços? "O Kindle é feito para criar uma experiência imersiva de leitura e o novo Kindle Oasis mostra isso", explica Kevin Keith, vice-presidente para dispositivos da Amazon, em nota ao Yahoo! Finanças.

Outros usuários do modelo Oasis reforçam a ideia. "Paguei mais caro pelo Oasis para ter a melhor experiência", diz o advogado Carlos de Oliveira Pires, de 35 anos. "É o preço de um smartphone, mas sem a desvantagem da obsolescência".

De fato, o Kindle nada contra a maré de gadgets que ganham novas versões a cada seis ou 12 meses. Smartphones costumam ser atualizados pelas fabricantes pelo menos uma vez por ano. E a Apple admite que desacelera iPhones mais antigos para poupar a vida útil da bateria, incentivando a compra de modelos mais novos.

Por outro lado, um Kindle pode passar anos sem receber um grande upgrade. Há quem use modelos de três ou quatro anos atrás sem reclamar de lentidão. Afinal de contas, o dispositivo não é tão exigido quanto um smartphone. Mas ainda há quem prefira investir em algo mais polivalente.

Tais Amaral, 25, é estudante de publicidade e propaganda e admite que prefere comprar um tablet do que um Kindle Oasis "pelo fato de ter uma [maior] mobilidade de acesso enquanto ao estudo (sites, aplicativos da faculdade, marcações nos textos, gravações, digitação etc.) e ao lazer (jogos, apps de conteúdo e redes sociais)".

"Mesmo sendo portadora de um Kindle, eu uso muito mais o aplicativo da Amazon do que o aparelho", diz Tais. A crítica é comum entre estudantes. Muitos usam documentos e e-books em formatos como PDF e EPUB nos estudos, mas o leitor da Amazon só aceita o formato proprietário da empresa.

No caso do PDF, o Kindle é capaz de converter o formato do arquivo, mas muitas vezes perde-se a formatação original e a leitura é prejudicada. Por um lado, a restrição ajuda a coibir a pirataria, tão comum no setor de distribuição de conteúdo digital. Mas, por outro lado, tira a liberdade do usuário de ler e compartilhar qualquer conteúdo por meio do seu e-reader.
Quem lê e-books

De acordo com os dados mais recentes sobre o assunto, o brasileiro lê em média 2,43 livros por ano. Mas uma pesquisa do Ibope de 2016, encomendada pelo Instituto Pró-Livro, indica que um quarto da população de leitores do País já entrou na onda dos e-books.

E no mercado de livros digitais, ninguém ganha do Kindle no Brasil. A Livraria Cultura chegou a lançar no País o Kobo, e-reader produzido pela chinesa Rakuten, mas o único modelo disponível no site do grupo hoje está indisponível há meses.

O mesmo acontece com o Lev, da Saraiva, que possui duas versões no Brasil, mas apenas as respectivas capas protetoras são encontradas à venda no site da empresa. Quem procurar no mercado de revenda e marketplaces pode encontrar o Kobo e o Lev por preços bem mais altos que o do Kindle de entrada e ainda deve estar atento à falta de suporte das fabricantes.

Mas qual é a vantagem de um leitor digital sobre um livro físico? Usuários do e-reader questionados pela reportagem citam sempre os mesmos itens, sendo o principal deles a praticidade de carregar centenas de publicações em um dispositivo mais leve que um livro só.

"O estímulo à leitura é muito maior. Pela praticidade, formato e peso, o leitor digital nos proporciona um conforto que o livro físico não tem. Sem falar que podemos levar uma biblioteca para qualquer lugar, ampliando a escolha do tipo de leitura que queremos em um dado momento", diz o bancário Wendell Lima, 42.

Mas a lista de motivos continua. "Não preciso me preocupar se meus livros vão estragar, seja mofo ou seja traça", diz a paulista Josiane Médice Azevedo. "Tem também a questão ambiental, pois as árvores agradecem pela existência dos e-books", comenta a analista de infraestrutura Tathiana Gobi, 33.

Alguns usuários citam também o preço dos e-books como uma vantagem sobre os livros físicos. De fato, uma pesquisa de 2017 indica que o livros digitais custam, em média, 27% menos do que publicações de papel. Obviamente, a precificação diferenciada se deve ao fato de que e-books não demandam investimento gráfico.

Fato é que o Kindle Oasis não é recomendado a usuários inexperientes com leitores digitais. Todos os usuários do modelo ouvidos pela reportagem já tiveram outras versões mais baratas antes. A série Oasis é voltada para usuários de longa data do e-reader que já não se contentam mais com um aparelho simples.

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Se você nunca testou um leitor digital e quer começar, mas tem receio de investir um valor muito alto e não se adaptar ao formato, vale a pena apostar no Kindle mais básico, de R$ 349. Por este preço você leva uma tela de menor resolução sem proteção contra água, mas há iluminação embutida.

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O Kindle Paperwhite é conhecido como o melhor custo-benefício da categoria. Não é tão caro quanto o Oasis, mas tem quase todos os mesmos recursos: iluminação embutida, resolução mais alta e proteção contra água. Só não tem a tela maior, os botões de navegação e o novo ajuste de temperatura, que deixa a leitura mais confortável.

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Fonte: https://br.financas.yahoo.com       Por Lucas Carvalho

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